quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A pseudo-poupança

Aqui há uns meses atrás a minha tia resolveu desligar o modem da tv cabo quando saiu de casa da sua mãe (a avó), de forma a, na cabeça dela, poupar energia.

O que aconteceu foi que a minha avó tem televisão, telefone e internet através desse mesmo modem... E ao mesmo tempo tem o telefone monitorizado por uma central de alarmes. Quando o telefone ficou em baixo durante tempo demais, entraram em contacto com a minha avó via telemóvel a perguntar o que se passava, não tivesse alguém cortado a linha com intenções de lhe assaltar a casa...

O resultado acabou por ser o eu ter que ir lá e gastar alguns euros de gasolina... só para voltar a ligar o modem com o seu consumo residual de energia.


A história parece idiota mas é, na minha opinião, uma boa amostra do que vai acontecer em Portugal nos próximos anos.

Cortámos na despesa pública à custa do poder de compra dos portugueses. Até aqui tudo bem, e no papel os largos milhões que não vão ser pagos a funcionários do estado associados ao suposto aumentar da receita pelo IVA parece tudo uma maravilha.

Mas não é. Ao reduzirmos o poder de compra estamos a matar o consumo. Ao matarmos o consumo estamos a diminuir o que o estado ganha com o IVA e ao mesmo tempo estamos a fazer com que as empresas tenham menos receita. Menos receita por parte das empresas equivale a despedimentos e/ou baixa de salários. O que leva a que o consumo desça ainda mais. O que acaba por levar a ainda menos receitas, o que se torna num ciclo vicioso.

Isto, na minha opinião, é o princípio do fim. A única salvação será uma maioria absoluta por parte de um partido que perceba realmente disto e que não se preocupe só com o que a opinião pública pensa.... Porque está mais que provado que o acordo necessário para fazer o país andar é impossível entre os partidos desta assembleia da república.

Se calhar o título do blog é severo demais.  Portugal até é um sítio agradável para se viver, com temperaturas amenas e gente simpática. Mas quem o gere faz com que este se equipare a um país do terceiro mundo.

Tenho vergonha.

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